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Categoria pai: ROOT
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Categoria: Instruções Leonísticas
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Publicado: 20 Maio 2021
INSTRUÇÃO LEONÍSTICA DA REUNIÃO DO LIONS CLUBE DE PASSOS
REALIZADA EM 23 DE FEVEREIRO DE 2021
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DE QUE NOS VALEM OS EXEMPLOS?
Um dos princípios que nos orientam, quando entramos para o movimento leonístico, é aquele em que os clubes, ainda que tenham como prioridade os serviços destacados pelo Lions Internacional – como, por exemplo, a defesa do meio ambiente; o amparo aos deficientes visuais, etc - os clubes devem se voltar a sua própria comunidade e, motivados pelos desafios locais, SERVIR.
Cada um dos clubes que compõe nossa região E3, do Distrito LC 6, evidentemente está muito bem ambientado em sua cidade e conhece seus horizontes. Então, face a isso, podemos nos perguntar: “de que nos servem os exemplos que nos chegam de outros clubes”, se atuamos em realidades por vezes muito diferentes entre si?
No domingo,21 de fevereiro, participando remotamente da 3.ª reunião do Comitê do Gabinete Distrital do ano leonístico 2020/2021, presidida com excelência pelo nosso Governador Antonio Paulo Caliento, tive a valiosa oportunidade de ouvir o orador escolhido, nosso MJFP PCC Antonio Carlos Bittar. De forma direta, ilustrativa e sincera, discorreu ele sobre sua vastíssima experiência no movimento. Contudo, de tudo o que ouvi, uma frase dita e repetida por esse admirável companheiro me inspirou especialmente. Ele, de fato, se qualificou como um mero “carregador de garrafas”, dentro do movimento leonístico.
Imediatamente, a imagem que me veio ao pensamento foi de alguém cuja experiência e títulos o qualificassem ao que se poderia crer “coisas mais elevadas” disposto a realizar o que se tem por mais modesto e trivial.
Conhecendo o ser humano como conhecemos, imagino neste momento alguém eleito por um grupo de pessoas para o representar, seja aonde for, e que num encontro com aqueles que o elevaram, com tal distinção, espontaneamente “se rebaixasse”, por assim dizer, “despindo-se do paletó e gravata”, deixando de lado os pronomes de tratamento, para arregaçar as mangas e participar com essa comunidade em ações mais humildes: seja se dispondo a lavar os pratos, a varrer o ambiente do encontro, a recolher ao final as garrafas vazias.
Acostumado a ver as “autoridades” assumirem de pronto uma postura de distanciamento, de superioridade, não seria realista a um brasileiro já calejado, como me considero, esperar humildade, a pessoas que mergulham num meio – refiro-me à sociedade, à vida público – onde falta a empatia, mas sobeja a arrogância.
Quando nosso companheiro Bittar se coloca como “carregador de garrafas”, ele nos chama para o rés do chão, onde está escrita a palavra SERVIR. Para servir verdadeiramente, é necessário que cada membro seja um carregador de garrafas em seu clube. Não apenas porque, como diz o ditado “o exemplo arrasta”. Mas porque, como veremos, isso está no DNA do Leonismo, isso está na semente que gerou nosso movimento.
Alguém pode se perguntar: mas de que nos vale esse exemplo, mais que isso, para que serve esse posicionamento, ser um carregador de garrafas?
No meu entendimento, para duas coisas:
Primeiro, compreender que todo o Leonismo foi gerado por uma mesma semente, qual seja, a atitude de um empresário, Melvin Jones, que em seu Clube de Negócios, de homens bem-sucedidos, de homens talhados para transações comerciais e atividades industriais, foi visionário e propôs a seus pares que deviam ir além desse círculo, além de suas preocupações profissionais e particulares, além das transações econômicas que os favoreciam.
Tornar-se um homem bem-sucedido e respeitado em sua comunidade, ou seja, fazer bem a si mesmo, fazer bem à própria família, pode parecer um trabalho já, por si só, importante. Mas Melvin Jones percebeu que era necessário fazer MELHOR AINDA: atuar para melhorar a vida de outros que, por si só, tinham dificuldades. E, lembremos, não eram tempos fáceis. O mundo estava em Guerra, e desde abril daquele ano de 1917, os Estados Unidos da América estavam engajados na Primeira Guerra Mundial.
Portanto, “a semente” em que o movimento foi gerado exige que seus membros pensem fora de seu quadrado, fora de sua zona de conforto.
Ao nos dizer: “sou mero carregador de garrafas”, MJF Bittar repete o ato de Melvin Jones que, simbolicamente, pede aos membros de um Clube de Homens de Negócio para que desçam de seu pedestal, onde está o verbo VENCER, e venham até o chão das dificuldades onde está escrita o verbo SERVIR.
Em SEGUNDO LUGAR, o exemplo que podemos obter de tantos outros que nos precederam e, no caso específico, do MJF Bittar, é a imitação do gesto e sua adequação à nossas realidades particulares. Nosso movimento necessita de “carregadores de garrafas”, de companheiros, companheiras e domadoras que permaneçam no rés do chão onde está a sagrada palavra SERVIR, seja como for, seja o que for, seja quando for, mas será sempre em favor do outro.
E digo, terminando esta reflexão, que este gesto de recolher garrafas tem simbologia e utilidade. De que valeram as garrafas que você recolheu, caro MJF Bittar? Serviram para outros pudessem enchê-las de amor fraterno, enchê-las de companheirismo, enchê-las de humildade e respeito, enchê-las de coragem e esperança, para que aqueles que necessitam pudessem se sirvam delas abundantemente.
CL MARCO TÚLIO COSTA – Presidente LC Passos – Ano Leonístico 2020-2021
Associado ao clube desde agosto de 2011.
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