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Categoria pai: ROOT
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Categoria: Fala Andriani
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Publicado: 15 Abril 2017
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Acessos: 4023
O “bullying” é todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo, que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angustia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas. Esta é, em síntese, a definição desse ato ignóbil.
Diante do avanço tecnológico, foi criado o “cyberbullyng”, que é o ato de depreciar, enviar imagens invasivas da intimidade, fornecer ou adulterar fotos e dados pessoais que resultem em sofrimento ou com o intuito de criar meios de constrangimento psicológico ou social.
Aqui no Brasil o “bullying” ganhou notoriedade na rede de ensino, envolvendo alunos a partir das salas de aula, de onde mais de 90% dos casos são registrados. A situação nas escolas era tão alarmante que, através da lei n.º 13.185/2016, o Governo Federal instituiu o “Programa de Combate ao Bullyng”. Os objetivos da lei são: combater o “bullying” em toda sociedade; capacitar docentes e equipes pedagógicas para implementação das ações de discussão, prevenção, orientação e solução do problema; implementar campanhas de conscientização; instituir práticas de orientação dos pais, familiares e responsáveis diante da identificação das vítimas e agressões; dar assistência psicológica, social e jurídica às vitimas e aos agressores.
Apesar da maioria dos casos de “bullying” ocorrerem na rede de ensino, isto não quer dizer que os mesmos não sejam registrados e existam fora da esfera escolar. Existem, sim! A própria lei acima mencionada define que um dos seus objetivos é prevenir e combater o “bullying” em toda sociedade. Ele existe na indústria, no comércio, nos sindicatos, nas repartições públicas e nas instituições como um todo.
E no leonismo, existe “bullying”? Claro que existe! E, embora possa não parecer, os casos não são poucos.
Dificilmente algum Companheiro, Companheira ou Domadora deixou de ouvir, entre nós, algumas das seguintes expressões: “Aquele ali só aparece em festas”; “Fulano deixa entrar no clube somente quem ele quer”; “Cicrano só vive cobrando os demais mas não faz nada”; “Apesar de ter deixado a presidência, ele quer continuar mandando”; “Lá vem o companheiro que só vai levando na onda”; “Aquele CL salta de galho em galho e se dá bem em qualquer situação”; “Fulano urra, dá patadas, ameaça mas não é de nada”; “A única coisa que aquele companheiro faz é dar bronca”; “Aqui no clube aquele CL se ajeita de acordo com seus interesses”; “Cicrano é um desagregador”; “Fulano está deixando de vir às reuniões porque é um acomodado”; “Somente porque foi governador do distrito ele quer continuar mandando”; “Aquele CL parece técnico de futebol, que só manda fazer mas não pega no batente”. E por aí vai... Este é o “bullying” silencioso ou quase anônimo, dito por alguém como se não quisesse nada, muitas vezes em tom de brincadeira, que se utiliza da fragilidade ou descompromisso de outra pessoa para subestimá-la sem causa aparente, muitas vezes pelo simples prazer de ver o outro humilhado.
Mas o pior de tudo, em nosso movimento, é o “bullying” imoral e desonesto. É aquele praticado por um Companheiro que, na individualidade, agride moralmente outro Companheiro, ameaça-o sem motivo justificável, abala-o psicologicamente, denigre sua família, abusa do uso de palavras ofensivas e depois, publicamente, sai dizendo e invoca a tese que precisamos ter ética no leonismo. Este é o “bullying” praticado por aquele que agride gratuitamente e machuca alguém. É o “bullying” praticado pela ação repetitiva com a intenção de machucar o outro, seja verbalmente ou fisicamente.
Precisamos eliminar a prática do “bullying” que ainda existe no leonismo, para salvaguardar nosso próprio movimento. O que fazer para evitar? Conversar e escutar atentamente e com respeito; reconhecer e valorizar ações; estimular lideranças. Não podemos fingir que a situação não existe. Precisamos acabar com a intolerância. A intolerância é uma atitude mental caracterizada pela falta de habilidade ou vontade de reconhecer e respeitar diferenças e opiniões, ou seja, as pessoas não respeitam as diferenças ou as opiniões dos outros.
Repito, com a devida vênia, que precisamos acabar com o “bullying” que ainda existe no leonismo. E isso só depende de cada um de nós!
CLMJ PDG ANTONIO DOMINGOS ANDRIANI
Abril 2017